A instalação e a manutenção de sistemas térmicos e fotovoltaicos de energia solar requerem que os instaladores desenvolvam atividades que os expõem a possíveis riscos de acidentes. Para evitar acidentes, recomenda-se que os instaladores executem as tarefas de maneira segura, tomando como referência um conjunto de ações que diminuem os riscos ou perigos de cada etapa da instalação e manutenção de um sistema de energia solar.
As literaturas especializadas em segurança do trabalho indicam que os acidentes ocorrem por ato inseguro do trabalhador ou condição insegura no local de trabalho. Entende-se por ato inseguro, situações em que o instalador assume os riscos e executa os serviços de forma contrária às normas de segurança; está sob efeito de álcool ou drogas; não usa os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) de maneira correta ou utiliza EPIs em mau estado de conservação. Já a condição insegura consiste em um local de trabalho que não propicia condições adequadas para a execução dos serviços.
No caso dos sistemas de aquecimento solar, por exemplo, ao se instalar o Aquecedor Solar de Baixo Custo (ASBC), os acidentes podem ocorrer tanto por ato inseguro quanto por condição insegura, em duas situações distintas: instalação elétrica e trabalho em altura.
EPIs indicados para trabalho em altura. Recomenda-se que o instalador utilize somente EPIs aprovados pelo Ministério do Trabalho e Emprego e que possuam Certificado de Aprovação.
Na instalação do ASBC, o instalador se expõe ao risco de sofrer um acidente com eletricidade – e levar um choque elétrico – ao conectar o dimmer no circuito elétrico do chuveiro já instalado ou ao substituir o chuveiro elétrico tradicional por um chuveiro eletrônico. Para evitar esse tipo de acidente, recomenda-se que em ambas as situações o instalador desligue os disjuntores do circuito elétrico que protege a rede do chuveiro.
Essas mesmas recomendações são válidas para a instalação de sistemas fotovoltaicos on-grid em residências. Nesse tipo de trabalho, os riscos de se tomar um choque elétrico são maiores, pois o serviço envolve a instalação elétrica das placas fotovoltaicas, dos inversores, das caixas de comando e a conexão do sistema à rede elétrica.
Nos trabalhos em altura, o instalador está exposto ao perigo de queda ao instalar as placas solares e o reservatório térmico do ASBC no telhado ou na laje. Essa queda pode ocorrer, por exemplo, por desequilíbrio, escorregão em superfície úmida, quebra de telha, torção do pé, pisada em falso etc. Para evitar essas situações, recomenda-se ao instalador o uso de EPIs em bom estado de conservação. Vale ressaltar que esses mesmos cuidados devem ser tomados caso o instalador retorne ao local para realizar manutenção no sistema de aquecimento solar.
Caso a instalação seja de painéis fotovoltaicos, além das orientações listadas, é necessário planejar como esses dispositivos serão içados com segurança para o telhado ou laje das residências, por meio de equipamentos específicos para essa finalidade. Além disso, deve-se averiguar se o telhado suporta o peso dos painéis e da estrutura utilizada para fixá-los, bem como o peso dos instaladores, que normalmente trabalham em dupla.
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é responsável pela elaboração das normas de normalização e segurança (NBRs). Caso deseje saber mais sobre como evitar acidentes com eletricidade, trabalho em altura e EPIs, leia as normas NR 10 – Segurança em instalações e Serviços em Eletricidade, NR 35 – Trabalho em alturas e NR 06 – Equipamentos de Proteção Individual, respectivamente.
Essas e outras normas podem ser adquiridas no site da ABNT (www.abntcatalogo.com.br/) ou acessadas no link <www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nrs.htm?hc_location=ufi>.
Texto de Roberto Matajs Mestre em energia pelo IEE/USP, co-autor do livro Um banho de Sol para o Brasil e professor da Sociedade do Sol.
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